terça-feira, 13 de novembro de 2012

Unidas por um ideal


No Brasil e em vários países, Projeto Raabe realizará passeatas contra a violência doméstica, pedindo um basta a crimes contra a mulher


Da redação Folha Universal/ Foto: Érik Teixeira/ Fotolia
redacao@arcauniversal.com
A violência doméstica no Brasil ainda é uma triste realidade que independe de classe social ou do grau de escolaridade. Segundo dados do Mapa da Violência 2012, realizado pelo Instituto Sangari, mais de 90 mil mulheres foram assassinadas entre 1998 e 2010, sendo 43,7 mil só na última década. Segundo a pesquisa, o medo (68%) continua sendo a principal razão para evitar a denúncia contra a violência, cujos principais autores são parceiros e ex-parceiros (43,4%).

Como consequência da violência doméstica, as mulheres podem apresentar apatia, depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, destruição da autoestima, pânico, fobia, comportamento antissocial, entre outras sequelas psicológicas. 

Para Joelma Torquato, de 44 anos, administradora de empresas, a consequência do abuso sexual sofrido na infância foi um sentimento de raiva em relação aos homens. "Eu tentava canalizar essa raiva em vingança. Achava que ‘usava os homens’, só que na verdade quem era usada era eu. Às vezes fingia gostar e quando o rapaz começava a corresponder a esse 'amor', eu dava um fora nele", recorda-se. 

Na vida de Joelma, os abusos começaram quando ela era ainda bem jovem. Aos 6 anos, um tio foi o primeiro agressor. O segundo abuso, cometido pelo dono da casa onde ela e a mãe moravam, durou cerca de 1 ano e meio. 

"Eu não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que era errado. Eu sentia um misto de sentimentos, ao mesmo tempo em que me sentia culpada; isso me causava vergonha e muita raiva dele. Eu não conseguia reagir, é como se algo me amordaçasse, eu simplesmente me calava, inerte diante de tudo aquilo. Mas essa situação mudou no dia em que me apresentaram a um Deus que é Pai. Eu me lancei e deixei que o seu Espírito Santo trabalhasse em meu ser. Hoje sou uma mulher de alma curada, sem traumas, livre, feliz e realizada", comemora.

Para as mulheres que ainda sofrem qualquer tipo de agressão, Joelma aconselha: "Livrem-se do sentimento de culpa, vocês não são as únicas. Não se calem nem se deixem escravizar por esses sentimentos; e, acima de tudo, aprendam a liberar perdão. Façam isso através de Jesus, pois Ele é o único caminho para a transformação de nossas vidas. Deem essa chance a vocês mesmas, se permitam ser felizes. Acreditem, essa não é a única realidade; existe, sim, felicidade e vocês todas têm esse direito", assegura.

Tudo pronto para a 2ª passeata "Rompendo o Silêncio"

Para ajudar mulheres que passam por situações similares às enfrentadas por Joelma, foi criado o Projeto Raabe (www.projetoraabe.com), que tem conquistado notoriedade e apoio de autoridades. Recentemente, o Projeto Raabe do Paraná fez um pronunciamento na Assembleia Legislativa e apresentou aos parlamentares as consequências da violência doméstica e o trabalho realizado pelas voluntárias do projeto para mudar esta realidade. Iniciativas como as de Curitiba não param e, no dia 24 de novembro, será realizada a 2ª passeata "Rompendo o Silêncio", em todos os Estados brasileiros. Em São Paulo, começará no Largo 13 (Praça Floriano Peixoto), às 12h, terminando, às 15h, na Av. João Dias 1.800, onde ocorrerá o evento oficial.

Fonte: arcauniversal

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