Coordenadora do TF Teen de Bonsucesso é exemplo de perseverança e obreira de destaque
Vânia Martins está sempre sorrindo.
Aos 33 anos, é obreira da IURD de Bonsucesso, no Rio de Janeiro.
Ela já foi voluntária na EBI da igreja.
Hoje, coordena o TF Teen no mesmo templo, e isso já faz 1 ano. Na verdade, não havia TF Teen ainda em sua igreja, e ela foi convidada a implantá-lo, por seu ótimo desempenho na EBI. O jeito simpaticíssimo de falar ajudou muito na interação com as crianças e os adolescentes.
Estudou. É assistente social de formação.
É bancária. Gosta do que faz.
Quando estudava, teve que estagiar em um hospital. No lugar, trabalhava um rapaz que notou seu sorriso sempre presente. O colega virou marido. E isso já faz 10 anos.
O colega que virou marido também se converteu a Jesus na IURD. A esposa o convidou para ir aos cultos. Ele gostou. E ficou.
Feliz com o que é, feliz com o que faz, ela agradece a Deus todos os dias pela vida que tem.
Ah, Vânia Martins é cadeirante.
Quando bebê, ao ensaiar os primeiros passos, a família de Vânia notou certa dificuldade. Levou-a ao médico.
O diagnóstico não foi nada animador. O médico disse que a pequena tinha uma séria doença degenerativa chamada distrofia muscular. Ela consiste, na verdade, em uma série de doenças que matam a membrana que envolve os músculos, fazendo com que eles morram aos poucos. Os órgãos de Vânia estariam comprometidos.
O médico avisou à família de Vânia que ela não teria muito tempo de vida.
Muita fé, muito esforço e muita vontade de viver da pequena mostraram que, felizmente, o diagnóstico não estava correto quanto àquela informação final. Sob tratamento e muita determinação, Vânia cresceu. E cresceu física, moral e espiritualmente.
“Hoje, nem mesmo os remédios eu preciso tomar mais. A doença não mais existe, estou muito bem, mas as sequelas me deixaram na cadeira de rodas.”
Vânia Martins é cadeirante, porém, é só o seu corpo que precisa de ajuda para ir para frente.
– Você tem filhos, Vânia?
– Ih! Na fé, tenho um montão!
Como coordenadora do TF Teen, a moça está sempre cercada de adolescentes.
Sempre cercada por muito carinho. E o carinho que ela dá não precisa de cadeira de rodas para chegar aos jovens e colegas. Não se detêm diante de degraus. Não para diante de meio-fio. Tem trânsito livre, na ida e na volta.
No mundo lá fora, a moça se viu diante de muitas limitações. Não que elas a tenham impedido de seguir sempre em frente, e sempre sorrindo. Mas um dia, na IURD, encontrou seu espaço.
Sempre foi tratada com respeito, vista como igual. Hoje se considera – e é – uma pessoa muito bem resolvida. Como profissional, como esposa, como pessoa. E como serva de Deus.
A confirmação não vem só de sua determinação:
– Vânia, quando eu for adulto(a), quero ser como você.
Essa frase não é rara, dita pelos adolescentes do TF Teen e pelas crianças que ela orientava na EBI.
“Dificuldades existem, claro. Para quem é cadeirante e para quem anda. Tudo depende da forma como você vê. Muitas vezes, nós mesmos colocamos os obstáculos à nossa frente”, diz Vânia.
Ela não os ignora. Não faz de conta que não existem. Ela os enfrenta.
E os vence.
Uma vez, faltou energia durante uma aula da EBI. Vânia acendeu as luzes da cadeira de rodas, acionada por baterias elétricas.
– Olha! A “tia” tem luz!
Uma criança disse isso. Coração puro vê a vida de outra forma. Percebe o lado positivo das coisas sem nem mesmo saber ainda o que significa lado positivo.
– "Tia", a senhora não anda! Eu nem tinha percebido isso...
Foi outra criança que falou. E isso 2 meses após as aulas terem começado.
A mensagem de Vânia é tão eficaz, tão facilmente acessível, que ela se torna aquela definição corrente de servo de Deus: ela, em si, não brilha, mas o Senhor Jesus é quem brilha por meio dela.
Exemplo
Dos adolescentes:
– Vânia, tudo que você quer, você consegue.
É verdade. Mas a moça espera conseguir mais.
O repórter pergunta:
– Há alguma dificuldade? Há algo que você precise para facilitar seu trabalho?
Para quem pensava que a resposta seria a respeito de mais rampas e elevadores:
– Olha, seria muito bom se tivéssemos uma orientação, uma preparação para saber como lidar com crianças e adolescentes especiais que possam chegar até nós. Fazemos com boa vontade, mas essa informação seria muito bem-vinda. Assim, eles não se sentiriam excluídos.
Criança tem muita facilidade em absorver as coisas de Deus. Com simplicidade, isso é passado a elas. Com simplicidade, é recebido.
– Fazemos tudo isso como voluntários. Há retorno? Olha, nós damos amor.
E todo esse amor volta em dobro, o triplo.
Em momento algum, Vânia apoia suas palavras no fato de ser cadeirante. O foco é sempre no que ela faz e no que ainda quer fazer. Sempre conseguiu, e vem muito mais por aí. Mantém os olhos no objetivo.
Apoia seu corpo no equipamento que a permite se locomover. É grata pela condição de tê-lo. Mas não depende dele para sustentar sua fé, sua determinação e seu jeito de viver.
– Eu não sou uma mulher triste. Sou uma pessoa muito feliz.
Vânia Martins está sempre sorrindo.
E tem motivos de sobra para isso.
Fonte: arcauniversal
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