quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Dia da Mulher na África do Sul


Grupo "Mulheres em Ação" reúne mais de 7,5 mil pessoas no Cenáculo do Espírito Santo, em Soweto, para falar das boas escolhas que estruturam o futuro de todos


Da Redação / Fotos: WiA
redacao@arcauniversal.com

A realidade do Apartheid, o regime de segregação racial da África do Sul até poucos anos atrás, muita gente conheceu. Mas outro clamor pela liberdade e igualdade, este menos conhecido, soou na capital executiva do país há 56 anos.

Em meados do século passado, vigorava na África do Sul o Ato das Áreas Urbanas, iniciado em 1950, popularmente conhecido como “lei do passe”, que obrigava a população negra a portar um documento (o citado passe) caso saísse das áreas reservadas a eles e fossem para as partes da cidade destinadas à etnia branca. A lei era tão absurda, que qualquer pessoa branca, mesmo uma criança, podia pedir para que um negro apresentasse o passe, humilhando-o. Os negros que não tivessem os passes ou se negassem a mostrá-lo podiam ser presos.

Em 9 de agosto de 1956, mais de 20 mil mulheres sul-africanas marcharam pelas ruas de Pretória em um grande movimento contra a lei do passe, com uma petição com mais de 100 mil assinaturas, expressando sua frustração e revolta quanto à restrição do direito de ir e vir. Durante 30 minutos, aquelas mulheres, muitas delas com crianças no colo, permaneceram no mais completo silêncio, que acabou por soar fundo contra o preconceito.

O protesto tinha cunho antirracista, mas também feminista. As mulheres reivindicavam a igualdade entre os sexos, pois a arcaica África do Sul ainda as restringia bastante em seus direitos.

O 9 de Agosto passou a ser comemorado todos os anos como um marco na luta das mulheres por seus direitos, hoje protegidos numa África do Sul pós Apartheid, em que negros já chegaram até mesmo à presidência do país, e mulheres compõem parte importante da liderança política. É o Dia Nacional da Mulher.

Boas escolhas

Igreja Universal do Reino de Deus comemorou a data à altura. Em 9 de agosto deste ano, 7,5 mil pessoas com as tradicionais roupas sul-africanas em cores vibrantes ignoraram o frio em Soweto e lotaram o Cenáculo do Espírito Santo, onde puderam assistir a uma calorosa ministração com o tema “Escolhas”.

Deborah Fraser, estrela da música gospel sul-africana presente ao evento, contou aos fiéis sua trajetória vitoriosa, mesmo sofrendo grandes tribulações e enfrentando enormes desafios em que, muitas vezes, teve de tomar decisões bem difíceis. Só após optar por colocar Deus em primeiro lugar em todos os sentidos, ela começou sua longa caminhada para, passo a passo, realizar seus sonhos e alcançar suas metas. A cantora incentivou a todos a persistirem em seus objetivos, não dando margem à desistência. Outras mulheres, incluindo as líderes da marcha de 1956, foram homenageadas, lembradas como preciosos exemplos para as gerações seguintes, que já ajudam a desenvolver a hoje democrática África do Sul.

Marcia Pires (foto ao lado), fundadora doMulheres em Ação (o Women in Action – WiA), discursou em honra às mulheres do protesto de 56 anos atrás que lutavam contra o racismo e o machismo. “Aquelas mulheres fizeram uma escolha: a liberdade. Porém, será que somos realmente livres, ou escolhas antigas impactam negativamente nossas vidas, nos mantendo hoje presos, escravizados? O que você está fazendo com sua liberdade atualmente?

Ensinando que uma escolha é um processo mental de avaliar as opções disponíveis e decidir por um curso de ação, um caminho, Marcia citou líderes históricas, cujas boas escolhas transformaram a sociedade sul-africana e motivaram a população a lutar contra a injustiça e a miséria. “Más escolhas, incluindo a procrastinação e a gravidez precoce, costumam baixar a autoestima e a autoconfiança, refletindo negativamente no futuro. Eu incentivo qualquer pessoa a ter o controle de suas escolhas, tomar boas decisões a partir de agora. Em tudo o que se faz, há sempre uma escolha a ser feita. Não permita que más escolhas comprometam seu futuro. Faça escolhas de qualidade, que resultarão em um futuro brilhante. E sempre se responsabilize por essas escolhas.”

A estrutura do futuro

E quem fez escolhas ruins? A fundadora do WiA orienta de forma exemplar: “Inspire-se naquelas mulheres que viviam sob leis injustas e desigualdade, mas encontraram um modo de romper essas barreiras. Fazendo cuidadosamente suas escolhas agora, você pode mudar a realidade ao seu redor. Por isso, escolha cuidadosamente seu cônjuge, sua carreira, seus princípios, seus valores, sua crença e o estilo de vida que você quer. Essas escolhas são a estrutura de seu futuro.”

Marcia, a certa altura, citou um contundente trecho bíblico:

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,”
 Deuteronômio 30:19

Lembrando a meia hora de silêncio das mulheres de 1956, Marcia pediu que todos no Cenáculo permanecessem quietos por 1 minuto, durante o qual cada presente se comprometeu a fazer boas escolhas para sua vida.


Fonte: arcauniversal

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