segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Mulher V - Ela aprecia

Durante esta semana, publicaremos trechos do livro "Mulher V", de Cristiane Cardoso, para que sirvam para reflexão

Por Cristiane Cardoso (*)
redacao@arcauniversal.com




"Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite."

Provérbios 31:18



Muitas mulheres querem ter a sua própria família, um marido, filhos para criar e um lar para cuidar. Mas é engraçado como muitas delas se esquecem completamente das coisas que tanto queriam no momento em que as conquistam...

 “Eu estou muito cansada para preparar o jantar todas as noites. Se quiser, aqueça no micro-ondas essa comida congelada que eu comprei um dia desses.”

 “Quem você pensa que é para me dizer o que fazer e o que não fazer? Eu posso ser a sua esposa, mas também tenho a minha própria vida.”

 “Mal posso esperar que o meu filho comece a ir para a escola e me dê um descanso!”

 “Eu não tenho tempo para cuidar dessa casa; minha família tem de aceitar isso.”

Esses e muitos outros comentários vergonhosos são feitos todos os dias por mulheres que um dia desejaram ter tudo, e agora esse “tudo” se tornou um fardo para elas.

A Mulher V aprecia o que tem. E a maneira pela qual ela expressa o seu apreço é providenciando o melhor para os seus filhos, o seu marido e para a sua casa. É através do prazer com que cozinha, limpa, passa, faz as compras, arruma a despensa, organiza, decora e investe. Tais responsabilidades básicas de uma dona de casa revelam o quanto você aprecia a sua família.

Já ouvi casos de esposas que “economizavam” na comida para comprar um vestido novo. Maridos que tinham de passar as próprias camisas de manhã porque não havia nenhuma no armário para eles vestirem. Filhos sendo educados pela TV, Internet e videogames por falta do que fazer ao chegarem da escola. O quadro é triste.

O pior de tudo é que, se ela não consegue apreciar nem o que tem, como pode apreciar a Deus?

Onde começa a apreciação

Você só pode começar a apreciar alguma coisa quando entende o seu significado e conhece o seu valor. Vamos falar um pouco de você. Se não consegue apreciar a si mesma, terá dificuldades para apreciar as pessoas que a cercam. Talvez seja por isso que você sabe que precisa fazer mais por sua família, mas não consegue; já não lhe resta coisa alguma para dar.

Tudo isso se deve à maneira com que você tem se visto todo esse tempo. Há pelo menos uma coisa que odeia em si mesma. E uma vez que odeia algo em si mesma, provoca uma reação em cadeia, passando a odiar todo o resto, pois acredita não ser mesmo boa o suficiente.

Você olha para a sua casa e fica convencida de que jamais poderia ser uma boa dona de casa; e, em vez de perder o seu tempo tentando, prefere deixar que os outros pensem que você é assim e pronto. Você tem necessidade de se convencer de que não é do tipo “doméstica” e, então, se descuida, sem se dar conta de que está cumprindo a sua própria profecia.

Você se vê assim, então é óbvio que os outros vão começar a vê-la assim também. É como diz um outro versículo em Provérbios: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é.” Provérbios 23:7

Nós determinamos quem somos pelo jeito com que nos enxergamos. A Mulher V percebeu que o seu ganho era bom. Ela trabalhou duro para isso. Por que não reconhecer todo o seu esforço? Agora, vamos voltar a você.

Feita maravilhosa e temerosamente

Você passou a existir no dia em que seus pais se uniram. Vamos, então, começar a apreciá-la desde o começo...

Desde o início, você mostrou a sua capacidade de ser alguém, pois dentre milhões de outros espermatozoides que nadavam a toda velocidade rumo ao óvulo, você foi a que venceu.

Além disso, o período que você passou no útero da sua mãe pode ter lhe apresentado mais desafios. Quem sabe? Sua mãe pode ter passado por problemas de saúde ou emocionais que inevitavelmente afetaram você. Não foi culpa sua, mas você era parte dela e, assim, também ficou exposta às mesmas coisas que ela.

Mas você venceu. Você nasceu e chegou até aqui com nada mais nada menos que informações. Sim, isso mesmo! Você aprendeu muito durante todos esses anos – na escola, através de relacionamentos, com a família, com os problemas –e foi assim que chegou aonde está hoje.

Se você gosta de onde está, ótimo! Se não gosta, ainda assim precisa apreciar o fato de que você ainda não desistiu de si mesma, como muitas outras.

Talvez, durante toda a sua vida você aprendeu a aceitar as coisas como elas são. Se é pobre, então foi isso o que a vida reservou para você; aprenda a conviver com isso. Se é uma pessoa solitária é porque merece, por causa de todas as coisas que você fez ou deixou de fazer. Mas, e se mudasse o seu jeito de pensar? E se começasse a trilhar um outro caminho, aquele misterioso que sempre achou que fosse bom demais para você? E se decidisse hoje ser a mulher que merece ser, em vez da mulher que você é?

Dentro de você, há uma vencedora, alguém que só está esperando uma oportunidade para provar que você está errada. Essa vencedora precisa sair e fazer as coisas de que você tem medo, as coisas que você não acredita que possa ou deva fazer.

Você vai se surpreender com o quanto pode mudar se apenas começar a apreciar essas pequenas coisas em você. Reconheça que a sua capacidade vai além do seu entendimento. Pare de tentar compreender, siga em frente e faça uso do seu potencial.

Quando começar a se apreciar, vai passar a apreciar as pessoas à sua volta também. E o seu comportamento vai mostrar isso claramente, não porque você esteja sendo forçada, mas porque quer.

Sabe o que acontece quando começa a apreciar as outras pessoas? Elas começam a apreciar você.

Órfã e discriminada

Ester era uma judia jovem, solteira, órfã e inocente quando o Rei Assuero decidiu fazer uma coleção de todas as belas e jovens virgens de todas as suas 27 províncias (um reino que se estendia desde a Índia até a Etiópia) com a finalidade de escolher uma nova rainha. Ele não perguntou quem queria se candidatar; ele apenas tirou de suas casas todas as jovens que possuíam as qualidades de que ele precisava em uma rainha e as obrigou a morar num palácio por um longo período de preparação que duraria 12 meses. Uma vez que estivessem prontas, ele dormiria com cada uma delas, e então decidiria quem seria a sua rainha. Aquelas que não fossem escolhidas passariam a ser suas concubinas.

Essa ideia surgiu do desapontamento do rei Assuero com a Rainha Vasti, que não o apreciava. O homem era bruto. Ele não era um homem que temia a Deus, e tinha muito poder. Dá para imaginar o que isso podia significar para qualquer pessoa.

Naquela época, os judeus não eram vistos com bons olhos; na verdade, eles eram perseguidos (como sempre) pela maioria das nações. Israel, sendo a primeira nação que Deus escolheu para Se revelar ao mundo, sempre foi mais odiada do que apreciada.

Então, como você pode imaginar, Ester não era exatamente a mais apreciada das candidatas; contudo, ela era diferente. Ester não tinha muito em comparação às outras jovens da corte. Ela era diferente da maioria delas não apenas por ser judia (o que foi mantido em segredo sob a orientação de seu tio) ou órfã. A diferença estava dentro dela.

E era jovem bela, de boa aparência e formosura. Ester 2:7

A Bíblia em inglês diz que Ester era amável, e de boa aparência e formosura. Uma mulher amável aprecia e, por causa da sua apreciação, torna-se bonita por natureza. Ela não precisa de cirurgias ou consultoras de beleza para isso. A sua beleza vem de dentro. Ester era uma jovem de Deus e, assim como Deus a apreciava, ela também apreciava a Ele e a tudo o que Ele permitia que passasse.

No início, a ideia de ser arrastada para o harém de um rei pagão deve ter parecido muito estranha, completamente fora dos planos de Ester, mas ela decidiu confiar em Deus e tirar proveito da situação em que Ele lhe havia colocado naquele momento. Ela se destacou dentre todas as outras jovens e a Bíblia mostra isso claramente, para que saibamos que não foi por causa de sua extrema formosura que se tornou rainha.

Veja a primeira vez em que ela fez a diferença:

Então, é que vinha a jovem ao rei; a ela se dava o que desejasse para levar consigo da casa das mulheres para a casa do rei. À tarde, entrava e, pela manhã, tornava à segunda casa das mulheres, sob as vistas de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse, e ela fosse chamada pelo nome. Ester [...] quando lhe chegou a vez de ir ao rei, nada pediu além do que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. E Ester alcançou favor de todos quantos a viam. Ester 2:13-15

Se você sabe que vai ser comparada a outras mulheres, a primeira coisa que faz é encontrar um jeito de ficar mais bonita que as demais, de causar uma boa impressão, mas não foi isso o que fez Ester. Ela poderia ter se enfeitado com todas as pérolas e diamantes luxuosos que estavam à sua disposição para a noite mais importante de sua vida, mas decidiu não levar coisa alguma a não ser a si mesma. Ela gostava de si mesma, sabia quem era e, acima de tudo, sabia em Quem cria – Ele cuidaria dela. Só aquele gesto fez com que ela alcançasse o “favor de todos quantos a viam”!

O rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens; o rei pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha em lugar de Vasti.Ester 2:17

Está bem claro para mim nessa passagem que ela não foi escolhida porque era a virgem mais bonita, mas porque “ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens”.

Somente aquelas que apreciam quem são e, consequentemente, apreciam as pessoas à sua volta podem ter esse tipo de graça. Ester, por mais jovem que fosse, e tivesse uma triste história como órfã, era uma Mulher V. Até o homem de coração mais endurecido, como o Rei Assuero, foi tocado por ela.

Ela possuía exatamente a qualidade que faltava à antiga rainha – apreciação.

Existe algo em sua vida que você tem dificuldade de apreciar? Por quê?

Como você pode começar a se apreciar mais? Faça uma lista de algumas coisas que pode começar a pôr em prática daqui por diante.



(*) Trecho do capítulo ”Ela é aprecia", do livro “A mulher V – moderna, à moda antiga”, de Cristiane Cardoso


Fonte: arcauniversal

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