quarta-feira, 18 de abril de 2012

Fé emotiva, pedra de tropeço

Confira mais um capítulo do livro “Fé racional”, do bispo Edir Macedo

Da redação
redacao@arcauniversal.com


O Senhor Jesus estava preparando os Seus discípulos quanto a ser julgado, condenado e morto, mas que ao terceiro dia seria ressuscitado. Ele falava em julgamento, dor e sacrifício. Ensinava o Reino de Deus, cura de enfermos, libertação dos oprimidos; fazia milagres, obras magníficas, sensacionais, extraordinárias, e todos ficavam eufóricos e aplaudiam. Exceto os fariseus. Estes, ao contrário, faziam críticas e nunca ficavam satisfeitos com as feituras de Deus, porque o espírito deles era o do próprio satanás.

Contudo, o povo em geral e os discípulos estavam eufóricos porque Jesus estava curando, libertando e fazendo obras maravilhosas. Entretanto, eles estavam vivenciando uma fé emotiva porque viram muitas obras e ficaram entusiasmados. Notamos, porém, que isto é normal porque o ser humano é emotivo. Estou tratando desse assunto para provar que a fé emotiva nos dá uma direção diferente da fé racional, inteligente e sobrenatural.

Mas a fé emotiva não faz remover as montanhas e nem fala com uma figueira, visto que ela não possui ouvidos. A fé emotiva exige que se tenha audição, visão, tato, olfato e paladar. Portanto, verificamos que os discípulos viviam eufóricos enquanto Jesus estava com eles. E Ele sabia disso. Porém, Jesus estava esperando que tudo acontecesse para fazê-los nascer de novo. Assim, passariam a ter um novo coração, uma nova visão espiritual e, finalmente, deixariam de ser emocionais.

“E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-Lo, dizendo: Tem compaixão de Ti Senhor; isso de modo algum Te acontecerá.” (Mateus 16.22)

Embora cresse no Senhor Jesus, Pedro manifestou uma fé emotiva. Naturalmente, querendo salvar a própria pele, disse para Jesus ter compaixão dEle próprio. Na realidade, Pedro estava falando: “Tenha compaixão de nós porque estamos Te seguindo. Se farão isso Contigo, imagina conosco!” Pedro manifestou uma emoção com o intuito de levar Jesus a uma consciência de medo. Em outras palavras, ele tentou trazer Jesus para a emoção e pensamentos humanos.

Observe o caso da viúva pobre que deu suas duas únicas moedas: se os fariseus e os sacerdotes hipócritas daquela época pudessem, àquela altura, diriam, referindo-se a Jesus: “Ah, esse homem não é de Deus. Ele está tirando até as últimas moedas dessa velhinha.”

Se olharmos pelo lado humano, emotivo, é óbvio que Jesus estava “explorando” aquela mulher viúva. Porém, Ele não devolveu as moedas para ensinar aos discípulos sobre a verdadeira oferta. O verdadeiro sacrifício não tem um valor exato. O que é sacrifício para uns, para outros não o é. O sacrifício é importante porque mostra o grau de fé, de confiança e de credibilidade de quem está ofertando. Além disso, e o mais importante, é o despertamento da fé-benefício.

Aparentemente, o Senhor não teve “compaixão” daquela viúva pobre, porque vivia na fé. Ele sabia que aquela pobreza, aquela oferta insignificante, era tudo o que lhe restava. Todavia, Ele multiplicaria na sua vida e a abençoaria. Não foi à toa que Ele disse: “Dai, e ser-vos-á dado.”

Vejam como nos dois casos citados (o de Pedro e o da viúva) há o exemplo da fé emotiva e o da fé racional, respectivamente. Enquanto a Palavra de Deus é razão, inteligência e sabedoria, a palavra dos homens é emoção.

Pedro disse: “Tem compaixão de Ti Senhor.” Note que ele apelou para a emoção. “Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: “Arreda Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (Mateus 16.23) Em outras palavras, Jesus disse: “Saia, espírito imundo, enganador, emotivo. Os feitos de Deus são racionais, inteligentes, mas os dos homens são emotivos.”

Portanto, existe uma enorme diferença entre o que significa fé emotiva e fé racional. A fé racional nos leva ao sacrifício, à coragem e à atitude, enquanto que a fé emotiva é frouxa, covarde e medrosa. Esse tipo de fé não aprova qualquer tipo de sacrifício, pois trabalha com sentimentos puramente humanos.

A fé emotiva tem levado muitos a aceitarem as situações adversas que se apresentam: “Nasci pobre, vou morrer pobre”. Quer dizer, acreditam que a pobreza é dada por Deus; é a cruz que têm de carregar.

Todos os que professam a fé emotiva aceitam as derrotas e os fracassos, como se fossem carma, cruz ou provação. É como se o seu caminho estivesse escrito nas estrelas ou delineado pelo destino.

A pessoa que vive na fé emotiva tem sempre os seus olhos atentos para trazer informações ao coração daquilo que é certo e errado. “O que os olhos não veem, o coração não sente”, diz o ditado. O coração sente o que os olhos veem. Pedro viu que Jesus seria preso, julgado, condenado e sacrificado. Então, disse a si mesmo que não poderia aceitar esta situação, pensando no que poderia ser de sua vida. Logo, chamou o Senhor à parte e disse: “Senhor, tem misericórdia de Ti, não sacrifica não!”

O diabo odeia o sacrifício feito para Deus. Mas ele exige sacrifícios para si. Muitos bruxos e seus seguidores têm realizado sacrifícios até humanos, utilizando crianças, a fim de conquistarem benefícios. Não deixa de ser ato de fé. Mas que tipo de fé? Emotiva? Não nesse caso. Mas fé irracional, estúpida e sem qualquer fundamento bíblico ou lógico.

A emoção não permite que haja fé racional, inteligente. Ela barra a fé por ser obstáculo no funcionamento da fé bíblica. Contudo, a fé sobrenatural leva a pessoa ao sacrifício justamente porque coloca a sua própria vida no altar e a sacrifica na certeza que não será em vão. Afinal de contas, a fé sobrenatural e inteligente diz: “se não houver sacrifício, não haverá conquista.” Os que agem essa fé são destemidos, corajosos e avançam para o seu objetivo custe o que custar.


Fonte: arcauniversal

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

POSTAGENS POPULARES

LISTA DE BLOGS

ARQUIVO DO BLOG