sexta-feira, 6 de abril de 2012

"Fé Racional" - Alma x Espírito

Nos próximos dias, vamos publicar trechos do livro "Fé Racional", do bispo Edir Macedo, como parte do conteúdo para reflexão do Arca Universal

Por bispo Edir Macedo
redacao@arcauniversal.com

 

Deus é Espírito. Se Deus fosse alma, Sua comunicação conosco seria direto com a nossa alma. Se Ele fosse um corpo físico, uma matéria, Sua comunicação conosco estaria sujeita apenas à nossa matéria. Porém, como Ele é Espírito, Sua comunicação está restrita apenas ao campo espiritual. Sua comunicação vem direto do Espírito Santo para o espírito humano. O apóstolo Paulo, por exemplo, em sua carta a Timóteo, não disse: Sinto em quem tenho crido, mas sei em quem tenho crido. “E, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia não me envergonho (...).” 2 Timóteo 1.12

Mesmo sofrendo por causa do Evangelho, por conta das traições, dos falsos irmãos e dos falsos pastores que havia em sua época, Paulo sabia em Quem estava crendo. Ele confiava nAquele no qual cria.

Na verdade, ele tinha consciência da fé. Uma certeza que não era no coração, mas na mente. “... Estou certo de que Ele é poderoso para guardar meu depósito até aquele Dia.” Veja que a fé do apóstolo Paulo era uma fé consciente, que nada tem a ver com sentimento. Se a sua fé fosse fundamentada em uma emoção, ele não teria sido chamado para ser apóstolo e, tampouco, seria o homem que foi usado por Deus.

Na Obra de Deus não se pode confiar nas pessoas emotivas. Não creio que Deus use pessoas de fé emotiva. Os que possuem esse tipo de fé não têm coragem para assumir posições do tipo: sim, sim, ou não, não. Antes, são tímidos diante dos desafios exigidos na guerra contra o mal.

Além disso, os de fé emotiva são covardes em relação aos sacrifícios que a fé exige para se conquistar. Tal fé não dá coragem para tomar atitudes. Daí a razão porque muitos crentes estão caídos no pecado. Eles sentem uma emoção na tentação e, sem forças contra o pecado, não têm coragem para rejeitá-lo, acabando por se renderem a ele. Essas pessoas vivem na base da emoção, da fé emotiva e sensacionalista.

A fé consciente é justamente o oposto. Por ser consciente, inteligente e racional, faz com que a pessoa tenha coragem para tomar atitudes. A pessoa que usa a fé consciente não se deixa levar pelo coração. Antes, procura fugir do que é mau e errado, desvencilhando-se das tentações e das sugestões que o diabo oferece.

Foi usando a emoção que o diabo enganou a Eva em primeiro lugar, e não a Adão. E por que ele usou primeiramente a mulher? Porque é a mais emotiva. E, por ser considerada a parte mais frágil, o diabo usou justamente o ser mais dado à emoção para disseminar o pecado.

Quando vivemos uma fé consciente somos corajosos o suficiente para resistir ao mal e às tentações. Usando a consciência, Paulo disse, em outras palavras: “Eu sei em quem tenho crido e tenho certeza que Ele vai me guardar até o dia do nosso encontro.”

Muitos cristãos, fiéis à igreja, dizem: “A minha vida tem sido a mesmice de sempre há anos. Quando estou na igreja, sinto-me muito bem, mas quando saio, não há qualquer avanço em nenhuma área da minha vida. Continuo tendo fraqueza, depressão, desânimo, enfim, nada muda em mim.” Isso acontece porque na igreja o seu coração foi regado pela música, pelo ambiente emotivo, pelas amizades, mas não pelo encorajamento da fé.

A fé exige sacrifícios, e só toma a decisão de sacrificar quem realmente vive numa consciência de fé racional. A pessoa que usa a fé inteligente sabe o que está fazendo, tem certeza, e está segura para tal. Isso é o viver pela fé. 

Quem vive à base de uma emoção, não tem coragem de tomar sua cruz e seguir ao Senhor Jesus. Se ouvir alguma coisa contrária à sua fé, entrega-se àquela palavra. Essa pessoa é emotiva e não racional. Ela não usa sua fé com inteligência.

O Espírito de Deus ensina que não devemos “fixar a atenção nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais e as que se não veem são eternas.” (2 Coríntios 4)  E como alguém, que vive na base da emoção, pode atentar para as coisas invisíveis? Impossível! Para se atentar às coisas invisíveis é necessário ser espiritual. Precisa andar em espírito. Isto é, andar pela fé racional.

É necessário que a pessoa se defina. Se ela tem usado uma fé emotiva, tem de mudar sua maneira de agir e pensar. Do contrário, não vai chegar a lugar algum.  

Na parábola das dez virgens (Mateus 25.1), somente cinco entraram porque foram sábias e prudentes. Além de levarem as lâmpadas, estavam prevenidas com o azeite também. Por outro lado, as outras cinco foram insensatas. Elas não cuidaram do futuro e olharam apenas para aquele momento. Desprevenidas, desprezaram o uso do azeite, não atentando para o fato de que a lâmpada podia se apagar a qualquer momento.

Da mesma forma acontece com os emotivos: eles olham somente para o presente, para o que está acontecendo no momento. Porém, quem é sábio, usa a fé com inteligência, porque projeta a sua vida para o futuro.

Tenha essa consciência de fé. Se isso ainda não aconteceu é porque não houve o novo nascimento. Os que desejam nascer do Espírito Santo têm de pagar o preço, renunciar ao pecado e se esforçar para não cair em tentação. Em outras palavras: se a pessoa realmente quer encontrar com Deus, então há que começar a andar no caminho do bem. Como ela poderia querer um encontro com o Bem Maior andando no caminho do mal? Impossível. Quando houver esforço de andar no caminho certo, o Espírito Santo fará acontecer o maior de todos os milagres: o novo nascimento.


Fonte: arcauniversal

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