Durante  programa da IURD TV, desta sexta-feira (19), apresentado pelo bispo  Edir Macedo, os internautas puderam acompanhar um pouco da história de  vida do bispo Guaracy Santos, de 42 anos, que, ao lado da esposa, Taís, e  da mãe, Isabel Magalhães, contou como teve a vida transformada pelo  poder de Deus.
Com artrose, 7 quilos abaixo do peso  normal e desenganada pelos médicos dona Isabel chegou à Igreja Universal  do Reino de Deus do bairro Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). “O médico  havia me dado mais 10 meses de vida. Eu me revoltei e falei: 'Deus se  você existe apareça para mim’. Saí de casa, sem rumo, mas antes disse  para o meu marido: ‘Vou buscar Jesus em algum lugar, se Ele existe vai  me curar’. No caminho, encontrei um obreiro que me convidou para receber  uma oração. Ele me ungiu com óleo santo e, no mesmo instante, fui  curada por Deus”, testemunha.

Com  essa mesma determinação, ela passou a buscar pela vida dos filhos, que  viviam escravizados pelos vícios e na criminalidade, sendo o bispo  Guaracy, um deles. “Ele chegava drogado em casa, e quando foi à igreja  quis até bater no pastor, pois ele achava que eu havia contado a vida  dele ao homem de Deus”, lembra a mãe do bispo (
foto ao lado).
Como o tempo do programa estava se  esgotando, não foi possível detalhar os momentos de sofrimento passado  por ele. Mas, em entrevista concedida ao Portal Arca Universal, o bispo  revelou as aflições por quais passou, sendo amaldiçoado por um encosto e  jurado de morte. Confira esta impressionante história de vida:
Como foi a sua infância? 
Meu pai servia aos encostos e o  envolvimento era tão profundo que ele chegou a ter um certificado  reconhecendo o envolvimento. Ele não queria que eu nascesse. Chegou a  agredir a minha mãe durante a gestação pedindo que ela abortasse. Quando  nasci, fui consagrado aos encostos que ele servia. Aos 4 anos meus pais  se separaram e minha mãe casou novamente. Fui criado por ela e por meu  padrasto. Mesmo morando no Morro da Tijuca (Rio de Janeiro), minha mãe  trabalhava em três empregos para não deixar faltar nada em casa para mim  e para as minhas três irmãs. Eu fui estudar em um dos melhores colégios  do Rio e, com 10 anos, me destaquei como jogador de futebol. 
Nesse período, houve alguma situação que foi marcante? 
Sim. Eu me lembro de quando uma das  minhas irmãs nasceu, em 1980. Minha mãe entrou no hospital para ter a  criança e ficou por lá durante 6 meses por causa de uma hemorragia.  Quando ela recebia alta e pisava a planta dos pés em casa ela começava a  sangrar.  Em vez de abandonar os espíritos, ela decidiu procurar um  lugar para frequentar que fosse mais forte. Chegando lá, o espírito  manifestado no líder do local me enviou um búzio dizendo que era para  minha proteção. Eu tinha 12 anos, era um aluno talentoso, não precisava  de proteção. Eu recebi, mas não me importei muito com aquilo. Um dia,  brincando com um amigo, acabei quebrando o búzio. O espírito mandou me  chamar e disse que eu era relaxado e não tinha levado a sério as  orientações dele.  Para me impressionar, ele jogou o búzio dentro de um  copo de cerveja e fez com que a bebida começasse a borbulhar, até sumir  por completo do copo. Ele me disse: “Está vendo, você matou uma vida”,  depois disso, ele colocou a cerveja no copo e mandou que eu bebesse.  Eu  recusei, pois como atleta não queria beber. Por causa disso, ele me  praguejou e disse que iria me tornar um viciado e aos 18 anos iria me  matar. 
 E o que ele disse a respeito dos vícios se cumpriu?
E o que ele disse a respeito dos vícios se cumpriu? Sim. Com 14 anos eu recebi drogas de  dois amigos dentro da escola. O interessante é que no morro nunca nenhum  traficante me ofereceu droga, e dentro de uma das melhores escolas do  Rio foi que eu experimentei e continuei usando, até os 18 anos. Às vezes  os pais pensam que dando esporte e bom ensino vão livrar o filho das  drogas, mas não é verdade. Eu experimentei uma e continuei. Eu sentia  uma perturbação, depressão, vazio, realmente uma influência maligna. Era  algo tão demoníaco que quando pensava nas pessoas que me faziam mal eu  sentia gosto de sangue na boca. Eu não me contentava só com um tipo de  droga, comecei a usar maconha, cocaína, alucinógenos, pílulas; tudo o  que aparecia eu usava. 
Quais foram as consequências dos vícios para sua vida? 
O que era pra dar certo começou a dar  errado. O clube que eu jogava me afastou por causa do meu comportamento e  desperdicei a chance de ser um jogador profissional. Com isso, passei a  usar mais e mais drogas, pois parecia que elas não surtiam mais efeito.  Eu cheguei à igreja fumando 20 cigarros de maconha por dia, cheirava 10  gramas de cocaína sozinho. A cartilagem do meu nariz ficou  comprometida. Como eu era forte e saudável não sentia os efeitos da  droga em meu corpo. Só descobri os malefícios quando, em uma noite de  uso, acabei expelindo uma quantidade de sangue pela boca. 
Além das drogas, o senhor também teve envolvimento com a criminalidade? 
Sim, pois eu não me contentei só em usar  e comecei a vender. E uma coisa leva à outra. Eu fui parar em uma  quadrilha de pilotos de assalto, pessoas contratadas para roubar. Não  tinha paz. Meu amigo se tornou meu inimigo número um por causa de um  sumiço de balas de um revólver. Ele passou 2 anos tentando me matar.  Para me proteger, eu andava armado, mas gostava de brigar na mão. Eu  tenho 23 cicatrizes pelo corpo, originadas por paulada, garrafada,  canivetada. 
 Como foi a sua conversão?
Como foi a sua conversão? (
foto ao lado durante evento beneficente)
Dois meses antes de chegar à Igreja me  aconteceram duas coisas terríveis. No ano em que eu completei 18 anos,  saí de um clube e me envolvi em uma briga, pois se alguém me encarasse  por muito tempo eu já partia para a agressão. Meu rival estava armado e  disparou três tiros à queima roupa. Desviei dos tiros e ele disparou  mais quatro. Para piorar, encontrei um grupo rival, que me deu mais três  tiros e, por milagre, nenhum me acertou. Uma semana depois do ocorrido,  estava sentado em uma praça, com uma garota que era minha noiva na  época, e um idoso apareceu com uma taça de vinho e me ofereceu a bebida.  Eu neguei, e disse que nem o conhecia. Ele jogou o vinho em mim e  acertou minha noiva. Depois levantou o boné e disse que tinha chifres.  Eu comecei a lembrar das palavras da minha mãe que já ia à Igreja,  dizendo que quem tem chifres é a besta. Isso mexeu muito comigo. 
Outra situação que me assustou foi  quando, em uma tarde, eu estava na casa de praia de um amigo e a mãe  dele manifestou com um demônio, e sem me conhecer contou a minha vida  toda. Além disso, disse que eu iria ser morto em breve pelo meu  ex-amigo. Atordoado, não quis mais ficar lá e decidi ir embora. No  caminho de volta, eu encontrei meu ex-amigo no ponto de ônibus. Tentei  me esconder dele, mas ele me viu e disse que me mataria naquele final de  semana. 
Eu voltei para casa e pedi perdão à  minha mãe, dizendo que queria servir ao Deus dela, pois sentia que se  não fosse, com certeza morreria. Na segunda-feira fui à Igreja, e como  estava decidido, me entreguei de tal forma que, em 4 meses me libertei  das drogas e da criminalidade. Com 8 meses recebi o Espírito Santo, e  com 10 meses  fui levantado a pastor. Da turma que eu andava, hoje eu  sou um dos quatro sobreviventes, de um grupo de mais de 30 pessoas que  foram assassinadas. Deus me deu o livramento e a praga do diabo em minha  vida foi quebrada. 
Como foi o processo de sua conversão? 
Embora o processo tenha sido rápido,  enfrentei muitas lutas nesse período. Na loja em que trabalhava, as  colegas de trabalho me ofereciam drogas e se insinuavam para mim, com  roupas apertadas e curtas, querendo ter uma relação comigo. Sem contar  que eu cheguei noivo e era obcecado por ela; um namoro de 4 anos. Mas  decidi terminar, pois vi que junto dela não conseguiria obedecer a  Palavra de Deus, já que queria um compromisso sério com o Senhor e ela  não estava disposta a fazer o mesmo naquele momento. Por 8 meses fiquei  recebendo cartas dela, tentando voltar, mas estava decidido a renunciar à  minha vontade para fazer a vontade de Deus. Foi então que conheci minha  esposa, Taís, e logo que fui levantado pastor, o bispo Clodomir  abençoou nosso namoro. Após 1 ano e 2 meses me casei e estou casado há  20 anos. Com 8 anos de casado adotei uma criança, o meu filho do  coração, Mateus, que está com 13 anos. Graças a Deus, tenho uma família  feliz e abençoada. 
 Há 23 anos fazendo a obra de Deus. Como é ser bispo, marido e pai ao mesmo tempo?
Há 23 anos fazendo a obra de Deus. Como é ser bispo, marido e pai ao mesmo tempo? (f
oto ao lado abençoando a prefeita de Ribeirão Preto)
Ser bispo na Igreja Universal é uma  guerra. Eu costumo dizer que ser representante fiel de uma obra  perseguida como esta é levantar todo dia já tendo um “leão para matar”.  Quando estava no Rio de Janeiro, tive a igreja invadida e três pessoas  tentaram me matar. Fui discriminado por ser da Igreja quando reconhecido  em um restaurante e chamado de ladrão dentro de uma loja. Ser bispo,  ser pai, ser marido não é fácil, nada é fácil. No nosso caso fica mais  fácil pelo que está dentro de nós, fica claro como Deus é com a gente  pelas lutas que enfrentamos e vencemos, pois somos atacados e  perseguidos constantemente. 
Sabemos que os bispos da IURD  fazem diversas reuniões por semana e que as igrejas abrem todos os dias.  Não existe cansaço ou desânimo? 
Não, não e não. Para um profissional que  mercadeja a fé, sim, mas para o homem sincero e transparente, não. A  marca do homem de Deus é transparência. Na Igreja Universal, para o  servo de Deus não existe cansaço ou desânimo, pelo contrário. Eu só  decidi servir a Deus como pastor quando olhei pra minha vida e vi que  ela estava à altura do que iria pregar, porque como vou falar de família  sem ter uma? Como vou falar de saúde se estou doente? Como falar de  força se estou fraco? A gente não vive na hipocrisia. Vivemos o que  pregamos.
Qual o conselho que o senhor dá para os jovens da Igreja que pretendem fazer a Obra de Deus também? 
O jovem deve fazer bom proveito da sua  juventude, aproveitar os dias da sua mocidade, porque hoje,  infelizmente, o tempo passa muito rápido, conforme Jesus alertou, os  dias estão se abreviando e isso nos obriga a viver uma vida de situações  definitivas. A vida está passando tão rápido que não há mais tempo para  errar, nós temos que acertar. Eu recomendo que os jovens que têm esse  desejo venham correndo, pois sempre estamos precisando de trabalhadores  para a seara. 
Para finalizar, quais os planos para o futuro? 
Eu não tenho planos, já não sou eu quem  vive, mas Cristo vive em mim e eu estou adaptado à vontade Dele. O que  Ele quiser de mim, eu farei, pois Ele sabe que pode contar comigo para o  que der e vier.
Fonte: Arcauniversal