segunda-feira, 26 de março de 2012

A mulher V - Ela é habilidosa

Durante esta semana, publicaremos trechos do livro "Mulher V", de Cristiane Cardoso, para que sirvam para reflexão

Por Cristiane Cardoso *
redacao@arcauniversal.com


"Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca."

Provérbios 31:19

Minha boa amiga Evelyn e eu fundamos um grupo exclusivo para as moças da nossa igreja, chamado The Sisterhood. O objetivo desse grupo é ensinar as jovens a se tornarem mulheres de Deus e, através delas, ganhar a admiração de outras jovens e, eventualmente, levá-las a conhecer a Deus. As candidatas passam por uma série de tarefas, entrevistas e testes durante algumas semanas, e somente as mais aplicadas entram para o grupo. O primeiro teste começa no papel. Elas devem preencher um questionário e entregá-lo no dia da primeira entrevista. Uma das perguntas é sobre os seus talentos e habilidades, e eu fico abismada com o quão pouco essas jovens cheias de potencial sabem de si mesmas... Elas geralmente acham que não têm nenhum.

A palavra usada para descrever fuso na Bíblia em inglês refere-se não apenas a uma ferramenta usada para fiar, é também um termo usado para descrever o lado feminino da família, relacionado à vida doméstica. Aqui está uma das minhas descobertas favoritas acerca da Mulher V: ela reconhece o seu talento doméstico!

Esse é um talento exclusivo da mulher; e no momento em que ela o reconhece como sendo seu, torna-se excelente. É como aprender a ler ou a somar. No começo parece impossível; quando criança, você se sentia como se estivesse torcendo o seu cérebro só para ler uma única palavra, mas depois de lê-la algumas vezes, já não era mais tão difícil.

Conheço muitas mulheres que pensam que não têm criatividade. A casa delas nunca está bonita; suas primeiras tentativas de decorar o quarto não saíram como na revista, e por isso desistiram, dizendo a si mesmas: “Isso não é para mim” – aceitando essa afirmação como verdadeira.

Nós decidimos praticamente tudo em nossas vidas. Se decidirmos que não podemos fazer algo, não o faremos. Não importa o quanto tentemos, é inútil, pois insistimos em provar que estamos certas ao pensarmos que não podemos. Aí está o nosso pior inimigo.

Talento nato

Quando uma mulher decide se tornar uma verdadeira dona de casa, ou seja, quando decide cuidar de sua casa, dar a ela um toque especial, colocar as coisas em ordem, acrescentar um pouco de cor e fazê-la tão confortável quanto a sua família gostaria que fosse, ela é capaz de se sair muito bem. Pode até errar no início, afinal de contas está fazendo experiências e é natural que cometa erros; mas, no final, acaba aprendendo. E não é nem porque tenha se esforçado muito, mas porque está no seu sangue. Para ela, ser uma dona de casa é um talento nato, ou seja, nasceu com ela. A sua atitude só revelou o que sempre teve dentro de si.

A Mulher V reconhece o lado feminino de sua casa. Ela reconhece as coisas que lhe são naturais, e tira vantagem delas para abençoar a sua família. Desde muito pequena, lembro-me de ver minha mãe sempre assumindo esse papel na família – o de tomar conta das coisas dentro de casa. Não importava o quão cansada estivesse, não importava quantas pessoas havia na casa, não importava a hora, era sua responsabilidade se certificar de que tudo estivesse no seu devido lugar.

Eu nunca ouvi minha mãe pedir ao meu pai que lavasse os pratos ou que lhe ajudasse nas tarefas da casa. E quanto a nós, crianças, ela nos ensinava, mas nunca exigia que a ajudássemos. Como se dissesse: “No final das contas, é minha responsabilidade manter tudo sob controle aqui, apenas observe e aprenda como fazer.”

Então, assim que fiquei noiva, comecei a aprender tudo sobre como cuidar de uma casa – desde passar camisas e lavar a banheira até usar uma panela de pressão. Eu passava horas fazendo essas coisas sozinha, e quando finalmente me casei, passei meses tentando aprimorar todas as minhas habilidades.

É claro que às vezes eu me sentia tão cansada por ter de passar as mesmas camisas de todas as semanas que olhava para a cozinha e desejava que pudéssemos não jantar pelo menos uma noite, ou então que eu pudesse dormir... Até a dona de casa mais talentosa tem aqueles dias em que não quer fazer nada. Mas isso não faz parte da sua natureza, não é algo que acontece todos os dias.

A Mulher V entende o seu papel dentro de casa muito bem. Ela não espera que ninguém o desempenhe em seu lugar – é dela e é melhor deixá-la fazer. No início, eu levava horas para passar as camisas do meu esposo, o que quase sempre significava ter de passar um dia inteiro em pé diante de uma tábua de passar roupas; mas finalmente aprendi. Essa habilidade estava dentro de mim todo o tempo, eu só tive de aprender a aprimorá-la; e quando comecei a me aplicar, essa tarefa passou a ser superfácil!

O mesmo se aplica às demais coisas da casa. Está tudo dentro da gente, faz parte de nós, mulheres. Passe essas responsabilidades aos homens e você vai testemunhar uma verdadeira batalha masculina. Não é nem justo. Se fossem forçados a morar sozinhos, eles acabariam dando um jeito de fazer as coisas funcionarem, mas não seria fácil.

Muitas pessoas pensam que ser dona de casa diminui a mulher. Mas eu acho que se trata de um grande talento que se tornou muito depreciado e desvalorizado. Todo mundo precisa de um lugar para viver, todo mundo precisa vestir algo, todo mundo precisa comer algo, todo mundo precisa se sentir confortável em algum lugar. Se você consegue criar uma atmosfera perfeita para as necessidades básicas de qualquer ser humano, por que você deixaria de enxergar a importância da dona de casa? Por que alguém deveria considerar o seu papel degradante?

E a beleza de tudo isso é que você pode ser uma excelente dona de casa e, ao mesmo tempo, uma excelente mãe, uma excelente esposa, uma excelente amiga e uma excelente profissional – coisa que raramente se vê no mundo masculino! Meninas, isso é exclusividade nossa! Se isso não for uma habilidade, então é o quê?

Quanto mais lemos sobre a Mulher V, mais percebemos que ela é como nós, só que mais consciente. Acho que é aí que muitas de nós falhamos. Ficamos tentando encontrar motivos para nos sentirmos bem conosco mesmas quando, na verdade, é só uma questão de reconhecermos o nosso valor, entendermos o quanto somos capazes e o quão privilegiadas somos por termos tanto para dar aos outros.


(*) Trecho do capítulo ”Ela é habilidosa", do livro “A mulher V – moderna, à moda antiga”, de Cristiane Cardoso

Fonte: arcauniversal

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