segunda-feira, 26 de março de 2012

A Mulher V - Ela é doce

Durante esta semana, publicaremos trechos do livro "Mulher V", de Cristiane Cardoso, para que sirvam para reflexão

Por Cristiane Cardoso (*)
redacao@arcauniversal.com




"Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua."

Provérbios 31:26



Você já conheceu alguém que era extremamente inteligente, que tinha todas as respostas e que sabia lidar com praticamente tudo na vida, mas sempre que estava por perto lhe causava uma sensação de desconforto?

Há muitas mulheres sábias por aí. Elas sempre têm um discurso para cada situação e, no momento em que você diz algo errado (o que sempre acontece com aquelas que não estão “no mesmo nível” delas), lhe olham com desdém. Elas são boas demais para nós. Dizem que são humanas e cheias de falhas, mas não creio que realmente pensem assim.

A Mulher V é sábia, mas a sua sabedoria não faz ninguém se sentir mal, pois ela também é gentil. O versículo acima nos mostra algo extraordinário: a sabedoria tem muito a ver com a maneira com que falamos e com bondade. Sempre pensei que para ser sábia precisaria saber o que fazer, como me comportar e como lidar com a vida. Mas, de acordo com este versículo, a sabedoria está ligada à maneira como falamos.

A Bíblia diz que “a boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:45). Isso nos faz concluir que toda a sabedoria que temos flui através de nossa boca, e não necessariamente de nossas atitudes. Não quer dizer que possamos nos comportar mal, mas sim que o primeiro ponto de contato da sabedoria de uma mulher são as suas palavras.

A Mulher V fala com sabedoria, e por isso fala com bondade; ela é doce. Agora, vamos inverter essa frase: A “NÃO Mulher V” fala tolices, e por isso fala com aspereza; ela é amarga.

As pessoas tristes estão sempre olhando os outros de maneira triste. Elas estão tão frustradas com suas próprias vidas que a única maneira de se sentirem melhor é olhar para as pessoas que estão indo bem e criticá-las, odiá-las e colocá-las para baixo. Tudo é motivo de crítica aos olhos daquelas que estão infelizes consigo mesmas.

Quando uma mãe grita com o filho após tropeçar num brinquedo no meio da sala... Quando uma esposa fica emburrada porque o marido não a ajuda com as tarefas da casa... Quando uma mulher vira os olhos ao receber a ligação de uma amiga numa hora inconveniente... Ela gostaria de não se importar com essas pequenas coisas, ou pelo menos saber como lidar com elas, mas não consegue; ela já tentou, mas falhou.

Então, como você vence isso? É simples, mas não é fácil. É absolutamente praticável; você não precisa de um manual, basta fazer o oposto daquilo que sente vontade. Se os sapatos no meio da sala estão implorando para que você perca a paciência, não lhes dê esse prazer. Recolha-os e coloque-os no devido lugar.

Tão simples, não é? É assim que você deve agir em relação a tudo que vier pela frente – tendo uma atitude positiva, deixando toda a amargura de lado.

Veja que quando você age de maneira negativa, acaba atraindo reações negativas. Por exemplo, a criança revira os olhos e lhe dá uma resposta que vai magoá-la, ou o marido sente que sua masculinidade está sendo ameaçada pelo seu desrespeito e, por isso, a deixa falando sozinha... Semeie sementes negativas, colha frutos negativos.

No momento em que você fala um pouco mais alto, a outra pessoa tende a querer falar mais alto ainda. Dê motivos a uma pessoa para se aborrecer com você e ela já não vai mais se concentrar nos seus próprios erros, que foi exatamente onde tudo começou.

Seja uma pessoa doce. Em vez de dar o troco na mesma moeda, deixe as diferenças de lado e ponha uma pedra em cima. Nem sempre você tem de vencer numa discussão. Nem sempre precisa dizer às pessoas que elas cometeram um erro. Nem sempre precisa apontar os defeitos dos outros. E certamente não precisa reclamar, afinal de contas, já não está mais do que provado que quanto mais você reclama, menos é ouvida?

Provérbios 19:13 retrata isso de uma maneira muito interessante, dizendo: “E um gotejar contínuo, as contenções da esposa.”

Se você já se sentiu incomodada por uma torneira pingando, então tem uma ideia de como é irritante quando uma mãe não para de reclamar com os filhos sobre o desempenho deles na escola, por exemplo; ou de como um marido se sente quando, ao chegar a casa do trabalho, sua esposa começa a reclamar das contas a pagar, ou do fato de ela ser a única a fazer as coisas dentro de casa, e por aí em diante.

Isto não significa que ela não tenha motivos para reclamar; o problema é que ela soa como um gotejar contínuo. Ninguém quer ouvi-la; ninguém quer prestar atenção às suas necessidades. A família faz até questão de evitá-la.

Eu costumava reclamar de tudo, e sei que essa, na verdade, não é a nossa intenção. Queremos que as coisas sejam feitas e, já que não somos ouvidas quando falamos pela primeira vez, começamos a falar tudo novamente até que alguém finalmente nos dê ouvidos. Mas, infelizmente, durante esse processo, perdemos a nossa doçura e nos tornamos aquela esposa ou mãe chata que a família tem de suportar todos os dias.

Meu esposo trabalhava duro todos os dias, e o pouco de tempo que sobrava para mim, ele tirava para dormir – o que me irritava muito. Eu queria sair, conhecer coisas novas, ir ao cinema... E ele queria descansar. A cena se repetia todas as semanas: ou eu reclamava ou fazia comentários que eram verdadeiros golpes baixos – daqueles que somos mestras em fazer –, enquanto ele ou me dava o tratamento do silêncio ou me levava para sair com uma tremenda má vontade. Eu me sentia muito mal em ambos os casos, mas não sabia me expressar de outra forma a não ser daquelas duas maneiras.

E continuou assim durante algum tempo, até que reconheci meu erro. Foi difícil admitir que estava errada em tentar ter um tempo de qualidade com o meu marido. Será que nós, esposas, não merecemos isso? Mas esse não era o problema; não era isso que estava errado. O problema estava nas minhas reclamações, na resistência constante às vontades do meu esposo.

Comecei a apresentar essa situação a Deus e, em troca, Ele me mostrou como conseguir o que eu queria sem reclamar. Primeiro, parei com as reclamações. Depois, passei a fazer as coisas que meu marido queria e ficava em casa sem aquela cara emburrada e sem me lamentar. Algumas semanas depois (isso mesmo, só levaram algumas semanas), meu marido estava tentando me agradar. Ele passou a tomar a iniciativa de me levar para passear, e até a se divertir também.

Decidi ser doce e gentil com o meu marido e isso foi o bastante para que ele se sentisse no dever de ser doce e gentil comigo também.



(*) Trecho do capítulo ”Ela é doce", do livro “A mulher V – moderna, à moda antiga”, de Cristiane Cardoso

Fonte: arcauniversal

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