sexta-feira, 23 de março de 2012

A Mulher V - Ela é forte

Durante esta semana, publicaremos trechos do livro "Mulher V", de Cristiane Cardoso, para que sirvam para reflexão

Por Cristiane Cardoso *
redacao@arcauniversal.com


"Cinge os lombos de força e fortalece os braços."

Provérbios 31:17

Os exercícios com os quais eu mais luto quando vou à academia são os que exigem força dos meus braços. Quando chega a hora deles, costumo escolher os pesos mais leves – que, ainda assim, sempre deixam meus braços tremendo. Essa Mulher V certamente era mais forte do que eu. Ela carregava todas as suas compras de mercado, percorrendo longas distâncias; dá para imaginar o quanto ela estava em boa forma. Mas essa não é a força a que a Bíblia se refere aqui; caso contrário, algumas de nós teriam de passar o resto de suas vidas na academia!

A força física tem as suas vantagens, mas não chega a ser uma necessidade para muitas de nós (especialmente para aquelas que têm homens fortes em casa, como o marido ou um filho – obrigada, rapazes, por sempre me ajudarem!). Porém, a força espiritual é uma necessidade que todas nós temos, tanto as fortes como as fracas fisicamente. Quando a vida nós dá um golpe, a nossa força física é inútil se não estivermos em boa forma espiritualmente.

Uma mulher forte vai seguir em frente mesmo que todos à sua volta tenham pressionado o botão de “pausa”. Uma mulher forte não desiste. A Mulher V acima sabia disso e, por isso, ela cingiu-se da força de que iria precisar – a sua fé.

Segundo o Dicionário Longman de Inglês Contemporâneo, a expressão “cingir-se de” significa preparar-se para algo, especialmente algo difícil.

Isso é uma coisa que pouca gente faz. Todo mundo sempre se preocupa em manter a aparência, a carreira, as finanças, o seu estilo de vida, o círculo de amizades, os relacionamentos... Mas, e quanto ao espírito? Quem está fortalecendo o espírito? Quem está se preparando espiritualmente?

Aos 3 anos de idade, meu filho amava quando o pai o colocava em cima de um armário bem alto só para, com toda a segurança, se atirar em seus braços. E após cada salto, ele sempre dizia a mesma coisa: “De novo, papai!” Essa é uma das características mais surpreendentes das crianças: elas acreditam. Elas não pensam na possibilidade de poderem facilmente cair dos braços do papai... Isso nem passa pela cabeça delas.

O meu filho acreditava tanto no pai que colocava o medo de lado e simplesmente pulava. Ele acreditava, e isso o fazia corajoso o bastante para saltar.

Uma das coisas mais fáceis que você pode fazer é acreditar; e você ficaria surpresa em saber o quanto a crença está ligada à força.

Quando você não acredita em si mesma, é certo que vai falhar em tudo o que fizer. Todo mundo sabe disso. É um dos dizeres mais conhecidos, mas raramente é praticado. E a razão pela qual uma pessoa não acredita em si mesma é simples: ela tem uma mente fraca.

A mulher que tem a mente fraca absorve qualquer pensamento mau que lhe é soprado. Ela não é a única a ter maus pensamentos, mas é do tipo que os aceita. Todas nós temos maus pensamentos de vez em quando, pelo menos uma vez por dia (isto é, num dia bom), mas isso não significa que tenhamos de abrir as portas da nossa mente para eles. Você não tem de levá-los em consideração; você não precisa sequer notar a presença deles. Sinta-se à vontade para fechar a porta na cara deles. Na verdade, se você quer proteger a si mesma e a sua família, é exatamente isso o que deve fazer todas as vezes em que eles baterem à sua porta.

Quanto mais você fizer isso, mais irá se acostumar, e mais respeito terá por si mesma por causa da atitude positiva que demonstra em relação a si e à sua própria vida. É exatamente aí que começa a sua força.

Mas isso é apenas 50% da força que você precisa – e é uma pena saber que muitas pessoas se apoiam apenas nesses 50%. Elas creem em si mesmas, conquistam o mundo, mas não possuem os outros 50% da força para superar determinados infortúnios e acidentes repentinos – como doenças, separações, infidelidade, decepções, falência, desastres, e muitas outras situações que fogem ao nosso controle. Os outros 50%, obviamente, referem-se à crença em Deus. É saber que os Seus braços estarão sempre prontos para lhe segurar – caso você pule, seja empurrada ou caia.

A Mulher V tinha o pacote completo. Ela tinha a sua própria força e a de Deus também. Ter fé em Deus é a maneira mais eficiente de se viver uma vida plena e feliz. Você pode encontrar pessoas ricas e famosas sem essa força em particular, e por isso sempre lhes faltará algo para que se sintam completas. É triste saber que o sorriso delas é apenas uma fachada, pois fingem uma satisfação que na verdade gostariam de ter.

Essa atitude de fingir ser mais forte do que realmente somos geralmente começa na adolescência. É interessante como muitos pais negligenciam essa fase na vida de seus filhos porque eles mesmos também se sentiram negligenciados. Mas se você analisar bem, vai ver que tudo não passa de uma fachada. Como adolescentes, começamos a entender como a vida funciona. É nessa idade que começamos a compreender os nossos sentimentos e o que está acontecendo à nossa volta. Como a descoberta do mundo adulto é uma coisa tão nova e estranha, muitas vezes não sabemos como agir.

Ficamos com muito medo de mostrar às pessoas o que está acontecendo, e então decidimos colocar uma máscara. Em casa, não nos comunicamos, pois se falarmos muito e passarmos mais tempo com os nossos pais, eles vão descobrir o que se passa na nossa cabeça – e então será muito chato ouvi-los falar de algo que eles mesmos mal compreendem.

Na escola, porém, procuramos nos encaixar e, como as pessoas não nos conhecem tão bem quanto a nossa família, mentimos a nosso respeito. Fingimos não nos importar com coisas com as quais nos importamos, fingimos que gostamos de coisas de que não gostamos, fazemos coisas que não queremos, e falamos de coisas que mal conhecemos.

Agora, imagine todo mundo fazendo isso ao mesmo tempo. Não é de espantar que as adolescentes sejam tão desvalorizadas. Os adultos fazem um julgamento equivocado a respeito delas. Os adolescentes, de um modo geral e na maioria das vezes, estão a um passo de fazerem exatamente o oposto daquilo que os adultos lhes aconselham. Querem conhecer o mundo, cometer os próprios erros e aprender a viver a vida à maneira deles. E aquela bolinha de neve logo se torna uma avalanche.

Essas jovens mulheres acreditam em si mesmas o bastante para deixarem suas famílias, viverem uma vida independente e se lançarem rumo a um futuro incerto. Mas a força delas está apoiada em seu pequeno ser, que é sujeito a muitos erros e decisões erradas. Nem sempre a vida vai ser como elas gostariam que fosse, e muitas delas vão acabar vivendo a mesma velha vida de seus pais. E, assim, o ciclo continua. Elas crescem e tentam dar a seus filhos os mesmos conselhos que seus pais tentaram lhes dar quando elas eram adolescentes, mas seus filhos se comportam exatamente da mesma maneira... E a vida continua a ser aquela triste história sem fim.

Se uma fé ativa tivesse sido incluída ao longo do caminho, as coisas teriam sido diferentes. A força delas teria sido suficiente e elas teriam evitado o ciclo de desastres. A fé ativa não é o tipo de fé que comumente vemos à nossa volta; não se trata de ser religiosa ou ir à igreja todas as semanas. Ter uma fé ativa é ter um relacionamento verdadeiro com Deus. Você O conhece, você fala com Ele, você O ouve, você faz a vontade dEle, você vive de acordo com o desejo dEle, você O serve.

Você não pode ter um relacionamento verdadeiro com Deus sem abrir mão de boa parte daquilo que você é e quer. Vou lhe contar como foi que isso aconteceu comigo em particular.


(*) Trecho do capítulo ”Ela é forte", do livro “A mulher V – moderna, à moda antiga”, de Cristiane Cardoso

Fonte: arcauniversal

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

POSTAGENS POPULARES

LISTA DE BLOGS

ARQUIVO DO BLOG