quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Humildade e submissão

A humildade de espírito é a única que nos faz tomar posse do Reino dos Céus


Existem dois tipos de humildade: a falsa e a verdadeira. A falsa é, por exemplo, quando a pessoa se posiciona humilde diante dos superiores, com o fim de iludi-los e, assim, conquistar a sua confiança, para mais tarde tirar proveito.

Esta humildade é astuciosa e profundamente diabólica, sendo mais cedo ou mais tarde revelada. Até chegar a esse ponto, entretanto, provoca grande estrago entre aqueles que são humildes de verdade. 

A humildade que é do Espírito Santo acontece no coração da pessoa e se revela como um profundo sentimento que reconhece quão miseráveis somos, independente do que venhamos a possuir. 

Este tipo de humildade entende a condição da pessoa de miserável pecadora e serva inútil diante de Deus, não sendo melhor que ninguém. É um sentimento espontâneo dentro do coração e não muda, mesmo que a pessoa venha a ser honrada. 

Em qualquer situação, ela se mantém a mesma serva fiel. Foi esta humildade o primeiro ensinamento do Senhor Jesus aos Seus discípulos: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5.3). 

A humildade de espírito é a única que nos faz tomar posse do Reino dos Céus. Todos os ensinamentos das Sagradas Escrituras são como uma semente, a semente da vida, que depende de boa terra para produzir bons frutos. Esta terra boa é justamente a humildade de espírito. 

Muito embora a humildade seja uma condição de aparente fraqueza diante daqueles que não têm conhecimento da salvação em Cristo Jesus, na realidade ela é fundamental no relacionamento com Deus. 

Sim, porque para alguém considerar Jesus como Senhor é preciso se submeter a Ele como servo: “Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.” (João 12.26). 

O falso humilde aceita a glória deste mundo; assume os elogios que recebe como seus de direito e, ainda que diga que não, no seu interior exalta a si mesmo. O que o separa do orgulhoso é apenas a oportunidade. 

Às vezes engana até a si mesmo, pensando que não precisa buscar no Senhor a humildade – acredita que já a possui – porém jamais enganará a Deus. 

O humilde de coração jamais se exalta, ainda que receba a maior das honras. Depende de Deus em tudo o que faz e não confia na força dos homens ou na do seu próprio braço. 

O Senhor Jesus é a maior lição de humildade. Após ter conquistado a vitória sobre a morte e Se tornar o grande Vencedor de todo o Universo, recebendo o nome acima de todos os nomes, antes de subir aos Céus, para receber todo o louvor e adoração, e Se sentar à direita de Deus Pai, encontrou tempo para Se revelar a Maria Madalena, a quem livrara de tantos demônios. 

Foi ela, e não alguém “importante”, que recebeu o grande privilégio de vê-Lo antes de todos os demais. Aliás, toda a Sua obra grandiosa começou com o Seu batismo de humildade no Rio Jordão. 

Sobre a humildade daquele gesto, Ele Se preparou para vencer a grande luta por nós. Aos 30 anos, embora sem nenhum pecado, humilhou-Se e foi batizado por João no mesmo batismo de arrependimento dos pecadores. 

Imediatamente Deus O exaltou: uma voz veio do céu e o Espírito Santo desceu sobre Ele. Vejamos o relato bíblico: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Mateus 3.17

É na nossa humilhação diante de Deus que cumprimos a justiça, pois qual maior expressão de justiça do que aceitarmos que nada somos e que Deus é perfeito e Santo? Existe algo mais certo ou mais justo que isto? A humildade é o caminho seguro para recebermos o Espírito Santo em nossas vidas. 

*Retirado do livro “Estudos Bíblicos”, do bispo Edir Macedo

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