Não dê ouvidos às palavras desanimadoras e lute para conquistar os seus objetivos
Todos na pequena aldeia estavam eufóricos, e não falavam em outra coisa a não ser no grande evento que estava para acontecer e que causou grande repercussão também nas vilas e cidades vizinhas. “É o evento do ano”, diziam alguns otimistas.
Os especuladores abriram a bolsa de valores da vila para mais um dia de grandes apostas. “Caso haja um ganhador, ele levará todo o dinheiro, se não o dinheiro será dividido com os moradores da cidade”, propôs o prefeito.
Há anos que não havia vencedor nessa maratona: um percurso de 40 quilômetros com um sol de quase 40 graus desafiava qualquer homem por mais bem preparado que estivesse, um teste de resistência humana.
As apostas aumentavam e uma multidão em ônibus, carros, cavalos e charretes chegava de todos os cantos, inclusive da capital. A razão de os participantes terem aumentado dez vezes mais em relação ao ano anterior se deu porque a empresa que estava premiando também dobrou o prêmio, passando de R$ 50 mil para R$ 100 mil.
Nicanor era só otimismo. Gabão como ele só, vivia dando autógrafos até para cachorro que passava na rua. Ele convocou a imprensa para dar entrevistas e declarar que o prêmio estava no papo. E quando saía às ruas não podia ver um turista tirando fotos que entrava no meio: “Vai tirar foto do grande campeão!”
O grande problema enfrentado por todos os participantes era o povo local, pago pelos patrocinadores para desestimular os participantes com palavras de morte:
“Nicanor, desiste meu filho”, dizia dona Maricota.
“Que nada, dona. Esse prêmio está na mão!”, rebateu.
“Lembra do Dicão? Morreu nessa maratona. O sol castigou seus miolos”, insistiu a mulher.
“Vira essa boca pra lá, mulher! Eu vou resistir até o fim e vou vencer!”, determinou.
Querendo dividir o prêmio, todos os moradores investiam pesado contra os participantes.
Chegou o grande dia e os atletas esperavam o prefeito atirar para o alto dando início à maratona: Bang! Todos saíram em disparada sendo liderados por Nicanor. E a multidão acompanhava cada quilômetro percorrido pelos atletas, torcendo pela desistência deles.
“Desista, não vão conseguir!”, gritou a multidão. De repente, um homem toma a dianteira, nos últimos dez quilômetros, dentro da cidade, aumentando o coro: “Vai perder, Vai perder!”
Porém, ele conseguiu o inédito, cruzando a linha de chegada e entrando para a história da cidade como o primeiro homem a vencer o duplo desafio: o sol e as palavras de morte do povo.
Na entrevista, todos queriam saber qual foi o segredo da sua vitória. A resposta era simples, além dele estar bem preparado, era surdo!
Com essa história, é possível aprender que se alguém deseja vencer os obstáculos impostos pela vida, não deverá dar ouvido às palavras de derrotas de pessoas pessimistas, que somente servem para desestimular e tentar fazer com que os objetivos propostos não se cumpram.