Ele cresceu em um lar marcado por brigas, doenças e perdas, mas  teve um Encontro com Deus que mudou por completo a trajetória de sua  vida
Por Cinthia Meibach
cinthia.meibach@arcauniversal.com      

Bispo Adilson Silva, de 38 anos (
foto à esquerda),  é o atual responsável pelo trabalho evangelístico da Igreja Universal  do Reino de Deus no estado de Pernambuco, local onde nasceu. Ainda  recém-nascido, foi levado para São Paulo, onde viveu em meio a pobreza  até a juventude no bairro de São Miguel Paulista. Com a morte do pai,  quando tinha 13 anos, assumiu a responsabilidade da família e teve a  infância e a adolescência abreviadas. Casado há 17 anos, e há 22 anos na  Igreja, o bispo, marido, pai e servo conta, em entrevista exclusiva ao  Portal Arca Universal, como teve a vida transformada pelo poder de Deus.  Acompanhe.
Como foi a sua infância?
Meus pais saíram de Pernambuco e foram  tentar uma vida melhor , comigo ainda recém-nascido. Meu irmão já nasceu  em São Paulo,  no cortiço onde moramos muitos anos com 5 famílias, e  que ficava em um quintal. Embora meus pais não tenham se separado, eles  viviam brigando e eu cresci vendo minha mãe manifestando espíritos  imundos dentro de casa. As doenças eram comuns, sempre alguém estava  doente. Uma ocasião eu lembro que minha mãe teve de internar a mim e meu  irmão em hospitais diferentes.
Seus pais não buscavam ajuda para solucionar esses problemas?
Sim. Minha mãe era católica, mas  recorria a diversos lugares em busca de solução. Ela chegou a ir à casa  dos encostos, e eu a acompanhava. Mas mesmo assim continuava  manifestando dentro de casa. À medida que o tempo foi passando as  doenças foram se agravando.
Como foi o período da adolescência?
Quando eu tinha 10 anos, meu pai estava  com a saúde debilitada e, devido a vários problemas de saúde que tinha,  ele acabou perdendo boa parte da visão, passando a depender de mim para  quase tudo. Meu pai não perdeu a visão completamente, mas boa parte  dela. A causa  não foi acidente de trabalho e sim vários problemas de  saúde que  ele tinha. O acidente de trabalho fez ele perder o movimento  de um dos  dedos da mão direita, apressando assim sua aposentadoria. Ele  dependia de mim para ler, pois era analfabeto. Quando eu tinha 12 anos  ele estava inválido e eu tive que começar a trabalhar em escritório de  advocacia no centro de São Paulo. Era muito triste. Lembro que chegava  em casa do trabalho e encontrava meu pai brincando com meu irmão, pois  devido a um derrame ele ficou com problemas mentais. Aos 13 anos, estava  trabalhando quando recebi a notícia de que meu pai havia falecido aos  38 anos de idade. Eu entrei em choque, pois toda responsabilidade recaiu  sobre mim. Eu me tornei um garoto de 13 anos que ganhava um salário  mínimo e tinha de sustentar a família. Eu trabalhava de dia, estudava de  noite; a adolescência se resumia nisso, pois tive que amadurecer muito  cedo.
Na época, não existia uma revolta da sua parte contra essa situação?
Sim, mas após a morte do meu pai nós nos  tornamos budistas e lá aprendemos que o que estávamos vivendo era  resultado de um carma negativo, e que deveríamos esperar a chegada do  carma positivo para que nossa vida melhorasse. Então passamos a aceitar e  esperar por uma melhora. Mas, mesmo durante essa espera, minha mãe  continuava manifestando e eu perguntava para os dirigentes o que era  aquilo e eles diziam que era um problema psicológico. Por diversas vezes  eu chegava em casa e via minha mãe desmaiada e ficávamos sem saber o  que fazer.
O senhor chegou a se envolver com as drogas e a criminalidade?
Não, pois pensava muito na minha mãe e  no meu irmão. Mas, aos finais de semana, eu saia com os amigos e passei a  fumar e a beber. Eu me lembro que aos 14 anos cheguei em casa  totalmente embriagado. Mas as brigas entre mim e minha mãe aumentaram,  pois depois que meu pai faleceu as brigas que antes aconteciam entre  eles, passou a existir entre nós, a ponto de um dia ela, durante uma  discussão, me ameaçar com uma faca.
Como o senhor tomou conhecimento da Igreja Universal?
Sempre que minha mãe manifestava eu ia  até um oratório que tínhamos dentro de casa para orar em japonês por  ela. Mas todas as vezes que fiz isso, nada adiantou. Eu tenho um primo  cristão que via minha situação e me falava que eu não deveria aceitar os  problemas – ensinamento diferente do que eu havia aprendido nas outras  religiões. Um dia, cheguei em casa e minha mãe estava manifestada outra  vez.  Então, enquanto meu primo corria até a igreja dele para buscar  alguém para expulsar o encosto que nela estava, eu decidi fazer algo  diferente. Eu coloquei a mão na Bíblia dele, que estava aberta em cima  da cama, e comecei a orar o “Pai Nosso” em pensamento. Foi então que o  mal que estava na minha mãe reagiu mandando-me parar de orar. Naquele  momento eu percebi que havia incomodado o mal e tive a minha fé  despertada.
Esse episódio mexeu muito comigo, até  que, no colégio, uma colega, que era membro da Igreja Universal, começou  a falar de Jesus para mim. Durante o convite ela citou que havia uma  reunião de libertação. Na mesma hora eu me lembrei da minha mãe e me  interessei em ir à reunião com ela. No primeiro dia em que cheguei à  Igreja eu saí com a certeza de que tinha encontrado o lugar certo. Logo  me batizei nas águas. Algum tempo depois minha mãe e meu irmão também se  converteram. Ela ficou curada das doenças que possuía quando chegou à  Igreja, foi liberta dos desmaios e, graças a Deus, hoje, toda a minha  família está na presença de Deus.
Quando teve certeza do chamado de Deus para o altar?Quando fui batizado no Espírito Santo. A  mensagem do pastor causou em mim um arrependimento tão grande que eu  peguei nojo do mundo. Quando saí da reunião estava decidido a servir a  Deus e a ganhar almas. Eu era muito tímido e depois daquele dia passei a  falar de Jesus. Acabou a timidez. Lembro que ia trabalhar, mas ficava  ansioso para que chegasse logo a hora de estar na igreja. Em pouco  tempo, fui levantado obreiro e como sabia tocar guitarra, passei a tocar  nas reuniões. A minha entrega foi tanta que logo fui chamado para ser  auxiliar de pastor.
Como foi que encontrou a sua cara-metade?
Com 20 anos eu era pastor e conhecia a Rosana (foto à direita)  somente de vista, pois o irmão dela, que hoje é bispo, era meu amigo.  Quando fui ser pastor da igreja do Jabaquara nós começamos a conversar  mais, e comecei a gostar dela. Quando fui transferido para a Igreja da  Vila Mariana, eu me declarei a ela e deixei claro que não queria somente  namorar e, sim, casar. Começamos a namorar e,  6 seis meses depois, nos  casamos. São 17 anos de amor e união.
O senhor adotou uma criança?
Sim, meu filho Lucas (foto à direita). Ele tinha 4 meses quando o adotamos, ele estava em uma unidade de Internação do Governo. Hoje ele tem 13 anos.
As músicas gravadas pelo senhor são umas das mais tocadas na Igreja. Como surgiu o Adilson Silva cantor?Depois que fui levantado pastor me  dediquei ao ministério e não tocava mais na igreja. Em 1998, já bispo,  estava na Igreja da cidade de Campinas, e quando tinha inspiração  escrevia alguma música. Então, falei com o bispo Marcelo Silva -  responsável na época pela gravadora Line Records -, de que tinha umas  canções que poderiam ser aproveitadas por algum artista. Quando ele  ouviu, gostou, e falou com o bispo Macedo para que eu gravasse.  Sinceramente eu não esperava, pois não tinha nenhuma pretensão de me  tornar cantor.
Sabemos que a responsabilidade de um bispo é muito grande. Mas, quando há um momento de lazer, o que o senhor gosta de fazer?Uma das coisas que mais gosto de fazer é  sair com a família. Por isso, no meu dia de folga quero ficar perto  deles. Sempre que posso, também jogo futebol com os pastores que também  fazem parte da nossa família.
Qual a importância da Igreja Universal e do bispo Macedo na sua vida?A Bíblia mostra em Gênesis, capítulo 35,  a passagem em que Jacó estava no meio do deserto e teve uma experiência  com Deus. Ele erigiu uma pedra e disse que aquele lugar era a casa de  Deus, a porta dos céus. É isso que a Igreja Universal representa para  mim. Ela é essa pedra, a porta dos céus. Ela foi para mim e tem sido  para tantas pessoas uma mãe espiritual que me ensinou o que a minha mãe  não pôde me ensinar, nem que ela quisesse, pois jamais ela poderia me  dar o que a Igreja me deu: passar para mim o que a Igreja passou.
Eu perdi meu pai muito cedo, então, eu  vejo o bispo Macedo como o exemplo de um pai; eu o vejo como um pai  espiritual, porque é a pessoa através de quem Deus tem dado revelações  para toda a Igreja com uma visão diferenciada.
Qual o conselho o senhor dá para os jovens que estão na Igreja, mas ainda não se converteram?Para quem não se entregou, o que digo é  que o tempo mostra tudo. Quando me converti, eu fui criticado pelos  amigos, alguns diziam que estava perdendo minha vida, mas hoje, tantos  anos depois, a gente vê quem tomou a decisão certa. Muitos desses meus  amigos estão separados, se viciaram, alguns morreram, enfim, o tempo  mostrou que eu fiz a escolha certa. Esse jovem deve entender que ele  está vivendo uma fase decisiva de sua vida, pois há uma etapa da vida do  ser humano que ele tem várias direções e só uma opção certa. Se ele  errar poderá comprometer toda a vida dele e, sobretudo, a eternidade. Só  há um caminho certo a ser seguido e esse caminho é o Senhor Jesus.
Há muitos jovens que querem servir a Deus no altar. Qual a orientação para eles?Quem tem esse desejo não deve ter  projetos pessoais. O jovem deve se entregar a Deus e viver cada dia se  dedicando a Ele, que as coisas acontecem naturalmente. Ele tem que  sonhar o sonho de Deus e deixar que o Espírito Santo faça o resto, pois  Deus está a procura de pessoas para usar, e Ele não vai lançar fora quem  se colocar à disposição dEle.
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