Durante a reunião,o bispo ensinou aos presentes qual o caminho a percorrer para alcançar as promessas divinas
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Como foi a sua infância?
Meus pais saíram de Pernambuco e foram tentar uma vida melhor , comigo ainda recém-nascido. Meu irmão já nasceu em São Paulo, no cortiço onde moramos muitos anos com 5 famílias, e que ficava em um quintal. Embora meus pais não tenham se separado, eles viviam brigando e eu cresci vendo minha mãe manifestando espíritos imundos dentro de casa. As doenças eram comuns, sempre alguém estava doente. Uma ocasião eu lembro que minha mãe teve de internar a mim e meu irmão em hospitais diferentes.Seus pais não buscavam ajuda para solucionar esses problemas?
Sim. Minha mãe era católica, mas recorria a diversos lugares em busca de solução. Ela chegou a ir à casa dos encostos, e eu a acompanhava. Mas mesmo assim continuava manifestando dentro de casa. À medida que o tempo foi passando as doenças foram se agravando.Como foi o período da adolescência?
Quando eu tinha 10 anos, meu pai estava com a saúde debilitada e, devido a vários problemas de saúde que tinha, ele acabou perdendo boa parte da visão, passando a depender de mim para quase tudo. Meu pai não perdeu a visão completamente, mas boa parte dela. A causa não foi acidente de trabalho e sim vários problemas de saúde que ele tinha. O acidente de trabalho fez ele perder o movimento de um dos dedos da mão direita, apressando assim sua aposentadoria. Ele dependia de mim para ler, pois era analfabeto. Quando eu tinha 12 anos ele estava inválido e eu tive que começar a trabalhar em escritório de advocacia no centro de São Paulo. Era muito triste. Lembro que chegava em casa do trabalho e encontrava meu pai brincando com meu irmão, pois devido a um derrame ele ficou com problemas mentais. Aos 13 anos, estava trabalhando quando recebi a notícia de que meu pai havia falecido aos 38 anos de idade. Eu entrei em choque, pois toda responsabilidade recaiu sobre mim. Eu me tornei um garoto de 13 anos que ganhava um salário mínimo e tinha de sustentar a família. Eu trabalhava de dia, estudava de noite; a adolescência se resumia nisso, pois tive que amadurecer muito cedo.Na época, não existia uma revolta da sua parte contra essa situação?
Sim, mas após a morte do meu pai nós nos tornamos budistas e lá aprendemos que o que estávamos vivendo era resultado de um carma negativo, e que deveríamos esperar a chegada do carma positivo para que nossa vida melhorasse. Então passamos a aceitar e esperar por uma melhora. Mas, mesmo durante essa espera, minha mãe continuava manifestando e eu perguntava para os dirigentes o que era aquilo e eles diziam que era um problema psicológico. Por diversas vezes eu chegava em casa e via minha mãe desmaiada e ficávamos sem saber o que fazer.O senhor chegou a se envolver com as drogas e a criminalidade?
Não, pois pensava muito na minha mãe e no meu irmão. Mas, aos finais de semana, eu saia com os amigos e passei a fumar e a beber. Eu me lembro que aos 14 anos cheguei em casa totalmente embriagado. Mas as brigas entre mim e minha mãe aumentaram, pois depois que meu pai faleceu as brigas que antes aconteciam entre eles, passou a existir entre nós, a ponto de um dia ela, durante uma discussão, me ameaçar com uma faca.Como o senhor tomou conhecimento da Igreja Universal?
Sempre que minha mãe manifestava eu ia até um oratório que tínhamos dentro de casa para orar em japonês por ela. Mas todas as vezes que fiz isso, nada adiantou. Eu tenho um primo cristão que via minha situação e me falava que eu não deveria aceitar os problemas – ensinamento diferente do que eu havia aprendido nas outras religiões. Um dia, cheguei em casa e minha mãe estava manifestada outra vez. Então, enquanto meu primo corria até a igreja dele para buscar alguém para expulsar o encosto que nela estava, eu decidi fazer algo diferente. Eu coloquei a mão na Bíblia dele, que estava aberta em cima da cama, e comecei a orar o “Pai Nosso” em pensamento. Foi então que o mal que estava na minha mãe reagiu mandando-me parar de orar. Naquele momento eu percebi que havia incomodado o mal e tive a minha fé despertada.Esse episódio mexeu muito comigo, até que, no colégio, uma colega, que era membro da Igreja Universal, começou a falar de Jesus para mim. Durante o convite ela citou que havia uma reunião de libertação. Na mesma hora eu me lembrei da minha mãe e me interessei em ir à reunião com ela. No primeiro dia em que cheguei à Igreja eu saí com a certeza de que tinha encontrado o lugar certo. Logo me batizei nas águas. Algum tempo depois minha mãe e meu irmão também se converteram. Ela ficou curada das doenças que possuía quando chegou à Igreja, foi liberta dos desmaios e, graças a Deus, hoje, toda a minha família está na presença de Deus.
Quando teve certeza do chamado de Deus para o altar?Quando fui batizado no Espírito Santo. A mensagem do pastor causou em mim um arrependimento tão grande que eu peguei nojo do mundo. Quando saí da reunião estava decidido a servir a Deus e a ganhar almas. Eu era muito tímido e depois daquele dia passei a falar de Jesus. Acabou a timidez. Lembro que ia trabalhar, mas ficava ansioso para que chegasse logo a hora de estar na igreja. Em pouco tempo, fui levantado obreiro e como sabia tocar guitarra, passei a tocar nas reuniões. A minha entrega foi tanta que logo fui chamado para ser auxiliar de pastor.
Como foi que encontrou a sua cara-metade?
Com 20 anos eu era pastor e conhecia a Rosana (foto à direita) somente de vista, pois o irmão dela, que hoje é bispo, era meu amigo. Quando fui ser pastor da igreja do Jabaquara nós começamos a conversar mais, e comecei a gostar dela. Quando fui transferido para a Igreja da Vila Mariana, eu me declarei a ela e deixei claro que não queria somente namorar e, sim, casar. Começamos a namorar e, 6 seis meses depois, nos casamos. São 17 anos de amor e união.
O senhor adotou uma criança?
Sim, meu filho Lucas (foto à direita). Ele tinha 4 meses quando o adotamos, ele estava em uma unidade de Internação do Governo. Hoje ele tem 13 anos.
As músicas gravadas pelo senhor são umas das mais tocadas na Igreja. Como surgiu o Adilson Silva cantor?Depois que fui levantado pastor me dediquei ao ministério e não tocava mais na igreja. Em 1998, já bispo, estava na Igreja da cidade de Campinas, e quando tinha inspiração escrevia alguma música. Então, falei com o bispo Marcelo Silva - responsável na época pela gravadora Line Records -, de que tinha umas canções que poderiam ser aproveitadas por algum artista. Quando ele ouviu, gostou, e falou com o bispo Macedo para que eu gravasse. Sinceramente eu não esperava, pois não tinha nenhuma pretensão de me tornar cantor.
Sabemos que a responsabilidade de um bispo é muito grande. Mas, quando há um momento de lazer, o que o senhor gosta de fazer?Uma das coisas que mais gosto de fazer é sair com a família. Por isso, no meu dia de folga quero ficar perto deles. Sempre que posso, também jogo futebol com os pastores que também fazem parte da nossa família.
Qual a importância da Igreja Universal e do bispo Macedo na sua vida?A Bíblia mostra em Gênesis, capítulo 35, a passagem em que Jacó estava no meio do deserto e teve uma experiência com Deus. Ele erigiu uma pedra e disse que aquele lugar era a casa de Deus, a porta dos céus. É isso que a Igreja Universal representa para mim. Ela é essa pedra, a porta dos céus. Ela foi para mim e tem sido para tantas pessoas uma mãe espiritual que me ensinou o que a minha mãe não pôde me ensinar, nem que ela quisesse, pois jamais ela poderia me dar o que a Igreja me deu: passar para mim o que a Igreja passou.
Eu perdi meu pai muito cedo, então, eu vejo o bispo Macedo como o exemplo de um pai; eu o vejo como um pai espiritual, porque é a pessoa através de quem Deus tem dado revelações para toda a Igreja com uma visão diferenciada.
Qual o conselho o senhor dá para os jovens que estão na Igreja, mas ainda não se converteram?Para quem não se entregou, o que digo é que o tempo mostra tudo. Quando me converti, eu fui criticado pelos amigos, alguns diziam que estava perdendo minha vida, mas hoje, tantos anos depois, a gente vê quem tomou a decisão certa. Muitos desses meus amigos estão separados, se viciaram, alguns morreram, enfim, o tempo mostrou que eu fiz a escolha certa. Esse jovem deve entender que ele está vivendo uma fase decisiva de sua vida, pois há uma etapa da vida do ser humano que ele tem várias direções e só uma opção certa. Se ele errar poderá comprometer toda a vida dele e, sobretudo, a eternidade. Só há um caminho certo a ser seguido e esse caminho é o Senhor Jesus.
Há muitos jovens que querem servir a Deus no altar. Qual a orientação para eles?Quem tem esse desejo não deve ter projetos pessoais. O jovem deve se entregar a Deus e viver cada dia se dedicando a Ele, que as coisas acontecem naturalmente. Ele tem que sonhar o sonho de Deus e deixar que o Espírito Santo faça o resto, pois Deus está a procura de pessoas para usar, e Ele não vai lançar fora quem se colocar à disposição dEle.
Veja galeria de fotos do bispo Adilson Silva.
Da mesma forma que em um matrimônio exige-se sacrifício de ambas as partes, assim também é em relação a Deus, destacou o bispo, alertando que quando fazemos uma aliança com Ele é imprescindível o sacrifício total de nossa parte para que alcancemos de Deus a realização plena.
“Só quem é casado, ou já foi, sabe do que estou falando. Na verdade, o casamento é uma aliança entre duas pessoas, e nessa sociedade, como em qualquer outra, exige esse sacrifício, porque cada um tem de negar a si mesmo para satisfazer o outro.