quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Desespero do Poder


No início desta semana, o mundo recebeu, pasmado, a declaração de um cardeal, secretário de estado do Vaticano, relacionando a pedofilia ao homossexualismo, numa atitude que demonstra a ansiedade da cúpula da igreja romana por tapar o sol com a peneira. Não ficou bem claro se com isso querem justificar a pedofilia ou a homossexualidade de seus padres, mas, relacionar uma patologia a uma característica comportamental resulta, no mínimo, em subestimação da inteligência das pessoas.

Da mesma forma inconsistente, um portal brasileiro de notícias na internet publicou vídeos de reuniões internas da Igreja Universal, onde a liderança da Igreja passa aos pastores instruções de como ensinar as pessoas a enfrentar uma crise econômica, com base na Bíblia. A IURD é uma instituição declaradamente neopentecostal, o que quer dizer que acredita e prega que seus seguidores devem depender de Deus em todas as áreas da vida, inclusive para o sucesso financeiro.

O que há em comum entre o poder da igreja romana e o poder de manipulação da informação de um grande veículo da mídia, nestes dois exemplos, é o desespero. Sem argumentos palpáveis, escondem-se atrás de posturas acusatórias e declarações descabidas para varrerem para baixo do tapete suas próprias fragilidades.

Ao tentar desviar a atenção do mundo dos seus casos de pedofilia, o Vaticano dá um tiro no próprio pé quando iguala homossexuais a pedófilos, como se os primeiros fossem também psicopatas criminosos. Ao divulgar os vídeos de reuniões internas da IURD, o referido portal abre mão de uma apuração jornalística de qualidade para publicar o que considera um furo de reportagem, mas que na verdade não apresenta nada de especial, já que a IURD não trabalha de forma oculta.

O mesmo portal que critica a Igreja Universal por pregar a prosperidade financeira, insere uma publicidade ao final de cada vídeo, sem dar ao leitor/internauta a opção de interromper a propaganda para continuar sua leitura, enfiando, goela abaixo de seu “cliente”, um conteúdo que este não escolheu acessar, tudo para garantir seus ganhos comerciais.

É a velha história que já foi tantas vezes repetida: “enquanto o dedo indicador aponta para fora, em sinal de acusação, os outros três dedos apontam para o acusador.”

Da redação do Arca Universal

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